Fonoaudiologia: Orientações do bebê ao idoso

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Dislexia

A dislexia é definida como um problema de aprendizagem da leitura e da escrita. É uma dificuldade em aprender a ler e escrever, apesar de adequada inteligência e oportunidade de ensino. Ocorre em 3 meninos para cada menina.

Pesquisas realizadas em vários países mostram que cerca de 10 a 15% da população mundial possui dislexia.

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Causa da Dislexia

A história familiar é um dos fatores de risco mais importantes: 23 a 65% as crianças disléxicas têm um parente com dislexia.

 

Características da dislexia

  • Apresenta dificuldades ao ler, escrever, soletrar;
  • Demora a aprender a falar, a fazer laços nos cadarços do sapato, a reconhecera as horas, a pegar e a chutar uma bola;
  • Apresenta dificuldade em ordenar as letras do alfabeto, os meses do ano, os dias da semana, sílabas das palavras compridas;
  • Dificuldade em distinguir direita de esquerda;
  • São caracterizados por um índice de inteligência normal ou acima da média;
  • Têm iguais oportunidades educativas que as demais crianças da sala de aula;
  • Não apresentam problemas de visão e audição;
  • Condições afetivas adequadas pelos familiares;
  • Conhecido como uma dificuldade inesperada, ou seja, não aparentemente a criança não possui motivo para ter a dificuldade;
  • Dificuldade de concentração e períodos de atenção mais curtos;
  • Dificuldade de memória
  • Falta de organização de materiais;
  • Não demonstram prazer na leitura;
  • Falta de habilidade manual;

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Manifestações na leitura e na escrita

  • Inversão total ou parcial de palavras e  números (ex: sol los);
  • Substituição de palavras por outras de estrutura mais ou menos similar ou criação de palavras  com significado diferente (ex: travessa – atravessava);
  • Adições ou omissões de sons, sílabas ou palavras;
  • Dificuldade em soletrar e escrever corretamente;
  • Limitações na leitura e escrita, com muitos erros ortográficos e uma qualidade da caligrafia bastante deficiente;
  • Dificuldade na compreensão de textos;
  • Velocidade de leitura mais lenta, com omissões de linhas do texto e/ou sons;
  • Confusão de letras com escrita parecida, mas com diferente orientação no espaço (ex: b e  d; ajuda – aduja);
  • Dificuldade em diferenciar letras que possuem um ponto de articulação comum e cujos sons são acusticamente próximos (ex: d – t);
  • Problemas na distinção entre a direita e a esquerda e dificuldades de coordenação de  motora;

A constatação de que uma criança é possui dislexia provoca ansiedade tanto na família quanto na escola.

Na adolescência a dislexia pode vir acompanhada de problemas de comportamento, problemas com trabalho e de relacionamento com outras pessoas, pela falta de inclusão social e profissional dessa população, além de “marcas” em sua vida pela dificuldade escolar, o que pode acarretar em abandonar a escola.

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Em relação à criança, observamos que definir a causa de suas dificuldades provoca mais sensação de alívio do que de angústia, pois pelo menos ela não ficará mais exposta ao rótulo de preguiçosa, desatenta, bagunceira etc. O diagnóstico é importante para dirigir as técnicas mais adequadas para a reintegração do aluno, objetivando tornar mais eficaz o plano de tratamento.

 

 Algumas Considerações para a família e a escola

  • Não há cura para a dislexia
  • O disléxico precisa de atendimento especializado, motivação, estabilidade emocional, ensino apropriado e cooperação entre pais, professores e especialistas.
  • Identificar o período do dia em que seu cérebro “funciona” melhor.
  • O disléxico geralmente traz uma longa história de cobranças e fracassos, motivá-lo exige de nós mais esforço e disponibilidade
  • Se o disléxico não aprende do jeito que ensinamos, temos de aprender a ensinar do jeito que ele aprende.

 

 Adultos Disléxicos

Na idade adulta, podem ser observados os mesmos sintomas básicos da idade escolar, podendo ocasionar dificuldades de relacionamento e dificuldades na vida profissional, além de depressão, baixa auto-estima e por vezes uso abusivo de álcool e drogas.

Se o problema não for tratado antes de o indivíduo sair da escola, há duas hipóteses:

   – Ele pode ter deixado a escola devido às sua dificuldades; neste caso, cicatrizes emocionais permanecerão.

   – Ele pode ter conseguido terminar seu curso e até ter chegado a se graduar, tendo conseguido sozinho contornar suas dificuldades, ou algumas delas, graças a apoios e caminhos alternativos criados por ele mesmo. Isso não significa que o problema não exista mais, com certeza a pessoa o sente em determinadas ocasiões e tarefas.

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Habilidades e Talentos que os Disléxicos podem ter 

  • Facilidade para construir ou consertar coisas quebradas
  • Ser um ótimo amigo
  • Ter idéias criativas e achar soluções originais para os problemas
  • Desenhar e/ou pintar muito bem
  • Ter ótimo desempenho no esporte
  • Ter ótimo desempenho na música
  • Demonstrar grande afinidade com a matemática
  • Revelar-se bom contador de histórias
  • Sobressair-se como ator ou dançarino
  • Lembrar-se de detalhes

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A dislexia não significa falta de inteligência e não impede que os disléxicos sejam bons profissionais. Abaixo estão os disléxicos que se destacaram e ficaram famosos:

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A Dislexia e o Distúrbio de Aprendizagem envolvem alterações orgânicas e não são causados por problemas de metodologia escolar, mal relacionamento com o professor, falta de motivação e/ou interesse do aluno, como nos casos de dificuldades escolares. Esses problemas merecem a atenção redobrada de pais e professores, pois afetam a vida escolar da criança, que podem se perpetuar na fase adulta, acarretando sérios problemas, principalmente de ordem profissional e social.

 

 Orientações Importantes para pais e professores de crianças com Dislexia e Distúrbio de Aprendizagem:

  • O progresso, mesmo que pequeno, tem de ser observado e apreciado (importância do elogio para a auto- confiança).
  • Concentrar-se nas capacidades e não nas incapacidades.
  • O melhor ensino possível para essas crianças é na sala de aula normal, juntamente com outras crianças e com um professor que compreenda seus problemas e organize suas aulas de tal maneira que a ajuda/ orientação externa  possa ser dada quando for preciso.
  • Preferencialmente, o professor deve utilizar um programa de linguagem bastante estruturado e fazer uso de todos os canais sensoriais: audição, visão, memória, tato etc, tanto na escrita quanto na leitura; o que é chamado de ensino multissensorial.
  • Focalize sempre o que ele faz melhor e encoraje-o a fazê-lo;
  • Faça elogios por ele tentar fazer algo que considera difícil, e não o deixe desistir;
  • Ressalte sempre as respostas corretas e não as erradas, valorizando seus acertos.

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Distúrbio de Aprendizagem

No Brasil, cerca de 30 a 40% das crianças que freqüentam as primeiras séries escolares apresentam algum tipo de dificuldade, sendo que aproximadamente 3 a 5 % dessa população possuem Distúrbios de Aprendizagem. As dificuldades em aprender são mais comuns em meninos do que me meninas, na proporção de 6:1 (6 meninos para 1 menina).

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A aprendizagem é uma atividade individual que refere-se a todas as informações recebidas, as quais recebem um significado; sendo assim,  a dificuldade em aprender indica uma falha na aquisição ou utilização de informações ou na habilidade para a solução de problemas. Desta forma, os distúrbios de aprendizagem podem se manifestar por dificuldades na aquisição e uso da leitura, escrita, raciocínio ou habilidade matemática, podendo envolver problemas na linguagem oral (fala).

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Quantificar o número de crianças com Distúrbios de Aprendizagem é uma tarefa difícil, pois há muitas divergências no diagnóstico do Distúrbio de Aprendizagem, que pode muitas vezes ser confundido com dificuldades escolares.

O Distúrbio de Aprendizagem pode levar a criança não só à desmotivação, mas também ao desgaste e reprovação, transformando-a num rótulo dentro da escola, perturbando pais e professores, que passam a buscar todo e qualquer tipo de diagnóstico na tentativa de descobrir as causas, e enfim encontrar soluções.

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A criança com dificuldade de aprendizagem não deve ser “classificada” como deficiente, tão pouco como “preguiçosa”. Trata-se de uma criança normal que aprende de uma forma diferente ao esperado para crianças da sua idade. A procura por ajuda profissional é de grande importância nesses casos, assim fonoaudiólogos, pedagogos e psicopedagogos são peças fundamentais para o desenvolvimento escolar dessas crianças.imagem4

Fatores que influenciam na aprendizagem:

  • Diferenças individuais
  • Habilidades
  • Pré-requisitos gerais e específicos (atenção, memória, audição, visão, compreensão…)
  • Maturação (desenvolvimento do cérebro/ Sistema Nervoso Central e dos órgãos sensoriais)
  • Prontidão (agilidade em processar e elaborar a informação)
  • Motivação
  • Condições sociais e educacionais.

 

Causas do Distúrbio de Aprendizagem:

  • Fatores genéticos
  • Fatores neurológicos (Disfunção do Sistema Nervoso Central)
  • Fatores ambientais

* Esses fatores podem desencadear o distúrbio de aprendizagem, sendo que fatores pedagógicos e psicopedagógicos podem apenas agravá-los.

 

imagem5Características de indivíduos com Distúrbio de Aprendizagem:

  • Dificuldade para ler e escrever.
  • Redução de léxico (vocabulário pobre).
  • Sintaxe desestruturada (problema na organização das frases).
  • Dificuldade para processar os sons nas palavras.
  • Dificuldade para contar ou lembrar de histórias.
  • Problemas no processamento das informações ouvidas ou vistas.
  • Problemas de percepção táctil e de coordenação motora.
  • Organização Visuoespacial (noção de espaço).
  • Dificuldade na formação de conceitos (não consegue definir as coisas).
  • Dificuldade em fazer cálculos matemáticos.
  • Problemas na prosódia (entonação das palavras).
  • Dificuldade em realizar, organizar, planejar e executar atividades matemáticas.imagem6

Como lidar com os Hábitos Orais Deletérios 

 A primeira e talvez a mais importante forma de fazer com que não ocorra o hábito oral deletério é a amamentação no seio materno. O bebê que mama no peito normalmente sacia sua necessidade de sucção e não desenvolve hábitos orais deletérios.Amamentação[1]Quando esses hábitos acontecem exige-se algumas condutas:

– Para que a criança pare de chupar chupeta, aconselha-se não colocar a sua disposição várias delas, e sua remoção deve ser gradativa, diminuindo e delimitando o tempo de uso. Uma dica é furar a ponta da chupeta para que não seja tão prazeroso o ato de sugá-la.

– Manter as unhas das crianças sempre cortadas pode evitar que a criança adquira o hábito de roê-las.

-Para tentar fazer com que pare de chupar o dedo, ofereça sempre mordedores, preferencialmente gelados (coloque-os na geladeira antes de oferecer à criança). Assim a criança se entreterá com o mordedor e esquecerá o dedo.mordedor[1]-Sempre que a criança estiver com o dedo na boca, não recrimine, apenas tente distraí-la para outra atividade que tenha que fazer uso das mãos.

– Ofereça à criança copos coloridos e diferentes para tentar substituir o uso da mamadeira.

copo%20colorido[1] Lembre-se: A solução definitiva para acabar com o hábito da criança é descobrir e eliminar as causas que estão gerando esse hábito, sabendo que muitos deles ocorrem por problemas emocionais deve-se introduzir um novo hábito para eliminar o antigo. Este novo hábito pode ser um novo esporte, um novo livro ou um novo brinquedo.

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